segunda-feira, 22 de agosto de 2016

o Sol da Vida

Shams de Tabriz: "O Sol que fez Rumi brilhar"




Retrato de Shams TabriziFoto de: autor desconhecido
A filiação de Shams ainda é incerta. De acordo com Salar Sipah, um devoto e amigo íntimo de Rumi que passou 40 anos com ele, Shams era filho de Ala Imam al-Din . E em um trabalho intitulado Manaqib al-'Arifin(Elegias dos Gnósticos), Aflaki nomeia um certo "Ali como o pai de Shams-i Tabrizi e seu avô como Malikdad".
Shams foi educado em Tabriz como discípulo de Baba Kamal al-Din Jumdi. Antes de conhecer Rumi, ele viajava de cidade em cidade onde vendia seus trabalhos de tecelagem para viver. Shams às vezes visitava os seminários e madrasas, no entanto, sem revelar sua identidade. Ele não gostava dos místicos, nem dos estudiosos da religião, mas preferia estar com os comerciantes. Um homem austero que comia muito pouco como se dissesse não à fome do corpo, procurando em primeiro lugar alimentar seu espírito. Um famoso episódio narra o encontro de Shams com seu futuro discípulo:
O encontro de Jalalludin Rumi e Shams Tabrizi em Konya
No ano de 1244, um homem todo vestido de preto apareceu na famosa pousada dos comerciantes de açúcar na cidade de Konya. Seu nome era Shams Tabrizi. Segundo o relato de Haji Bektash Veli no Maqalat, ele afirmava ser um comerciante que estava viajando a procura de algo em Konya.
Um dia, Rumi estava lendo ao lado de uma grande pilha de livros. Shams de Tabriz, de passagem, lhe perguntou: "O que você está fazendo?" Rumi respondeu: "Algo que você não pode entender." Ao ouvir isso, Shams jogou a pilha de livros nas águas de uma piscina próxima. Rumi apressadamente resgatou os livros e para a sua surpresa, eles estavam todos secos. Rumi, então, indagou a Shams, "O que é isso?" Ao que Shams respondeu: "Mawlana, é isso que você não pode entender."

A segunda versão do encontro conta que Shams era capaz até mesmo de realizar proezas consideradas "sobrenaturais":
Rumi achava que Shams era um estranho sem educação enquanto lia seus livros. Quando Rumi responde a ele: "Algo que você não entende!" naquele momento, os livros começam a pegar fogo e Rumi pede a Shams para explicar o que aconteceu. Sua resposta foi: "Algo que você não entende".
Depois de vários anos com Rumi em Konya, Shams estabeleceu-se em Khoy. Conforme os anos se passaram, Rumi atribuía mais e mais de sua própria poesia a Shams como um sinal de amor por seu amigo e mestre. Na poesia de Rumi, Shams torna-se um símbolo do amor de Deus pela humanidade. Shams significa "sol" em persa, e foi "aquele que fez brilhar a Luz de Deus em Rumi".
Segundo a tradição Sufi, Shams Tabrizi desapareceu misteriosamente. Alguns dizem que ele foi morto por discípulos enciumados de Rumi. Outros dizem que Shams deixou Konya e morreu em Khoy, onde foi enterrado. Sultan Walad, filho de Rumi, em seu Walad-Nama Mathnawiapenas menciona que Shams desapareceu misteriosamente de Konya sem detalhes mais específicos.
O túmulo de Shams de Tabriz em Khoy, no Irã, foi recentemente nomeado como Patrimônio Mundial da UNESCO.
Túmulo de Shams Tabrizi em Khoy, patrimônio da UNESCO
Pensamentos de Shams:
Ao que tudo indica o Maqalat-e Shams-e Tabrizi ( Discursos de Shams de Tabriz ) foi escrito durante os últimos anos de Shams, pois neste livro ele fala de si mesmo como um homem velho. Esta obra contém uma interpretação mística do Islã e conselhos espirituais. Alguns trechos doMaqalat fornecem informações sobre os pensamentos de Shams:
"Bênção é excesso, por assim dizer, um excesso de tudo. Não se contente em ser um faqih (erudito religioso), diga eu quero mais - mais do que ser um sufi (místico), mais do que ser um místico - mais do que tudo que está diante de você."
"Um bom homem não se queixa de ninguém, ele não olha para as falhas."
"A alegria é como a água clara e pura; aonde ela flui, flores maravilhosas crescem ... A tristeza é como um rio poluído, aonde ela flui murcham as flores."
Uma matriz de poesia mística, tem sido atribuída a Shams-i Tabrizi em todo o mundo islâmico persa. Alguns estudiosos questionam se estes foram realmente de sua autoria e sugerem que essa identificação é o pseudônimo de Rumi. A valiosa poesia mística de Shams de Tabriz, está preservada na coletânea Divan Shams -i-Tabrizi creditada a Rumi. A tradição sufi assimila que Rumi teria havia se tornado tão unido a Shams que se tornara como uma extensão de seu mestre, ou seu alter-ego.

Baseado em ShamsiTabrizi.net e Wikipedia



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