quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Senhora Solidão


Senhora Solidão, aceite o abraço
deste poeta amigo e de um só tema.
Venha dançar comigo no compasso
descompassado e aflito do poema.
Valsando a madrugada, a vida passa
no ritmo envolvente das serestas.
Senhora Solidão, permita a graça
deste velho bolero sem orquestras.
Dona de mim, eu quero esse perfume
e o ombro nu com cheiro de pecado.
Dois pra lá, dois pra cá, corpos em lume
incendiando a noite da cidade.
Senhora Solidão, não me acostume
na dança atrapalhada da saudade.
Nathan de Castro
In “1001 Noites de Sonetos & Rabiscos “
Arte by Hamish Blakely.

 

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